"estreita é a porta, apertado é o caminho da vida e raros são os que o encontram"
Depois de tantos caminhos, a mulher chegara diante da estreita porta. Olhava-a com fervor que os santos sentem diante de Deus. Puxara, enfática, reluzente a cadeira, sentando-se diante da porta, seu altar.
Sabia. Teria que olhar. As dúvidas transbordantes de medo a impediam. Ser rara num mundo onde o comum predomina fazia-a assustar-se, neste susto que sentem aqueles diante da verdade.
Ela tinha duas faces: uma delas era sorridente - só percebia as aparências, relutando tenazmente a aceitação do escuro; a outra face era séria, procurava o significado das coisas. Uma falava em justiça com a limpidez da água num copo transparente; a outra, comprazia-se em olhar as águas turvas.
Agora os dois lados da mulher estavam fixos no significado das coisas. Era mulher completa.
A face sorridente vestia-se de seda países distantes, perfumava-se com essências raras. Os dedos ofuscados com pedras grandes de luz. Colocava nas orelhas, pulso e pescoço valores.
A face séria condoia-se da miséria humana e então a face sorridente vinha em seu socorro, atenuando as amarguras, não a deixando tombar.
A mulher, tranquila com tamanha proteção, saía mundo afora comprando tudo que de mais belo encontrasse para enfeitar o corpo. Entretanto, cheia de caixas coloridas, sabia que comprara mortalhas de luxo...
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que nosso corpo seja cuidado, preservado, valorizado; jamais idolatrado.
ResponderExcluir.
importa o que ele guarda, protege; importa o que ele contém
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é um caixa, mas nem sempre as maiores ou mais coloridas caixas guardam o q é melhor.
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um abração a todos!
(música boa pra dançar *rss)
ResponderExcluirOlá amiga, muito bom o teu texto.
ResponderExcluirUm grande abraço.