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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

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A vida passava...Já era noite. Os melhores momentos de mais um dia da vida pareciam já estar guardados na lembrança. A maior parte da cidade já se preparava pra adormecer embalada pelo adiantado da hora. Homens e mulheres se entregavam ao sono com promessas de uma noite de sonhos. Todos os sonhos...

O silêncio e a escuridão formavam par perfeito. Pareciam sono e sonho. Criança e anjo. Já não esperavam mais o trem. Mas ele insiste, e a natureza às vezes é ingrata.
De forma rápida, violenta e destruidora como um raio, fez o trem voltar à estação.
Quando chegou as luzes estavam apagadas. Coração em paz. Tudo quieto.

E o trem que passa em uma estação vazia, chora.

Como um trem vindo do inferno deixou duas linhas de faíscas sobre os trilhos. Como um passe de mágica as faíscas se espalharam e tomaram conta do casarão da saudade e dos sonhos. Do passado, do presente e do futuro incerto. Em minutos a vida voltara à estação, em forma de fogo.

Seria a última viagem do trem. O fogo alastrou, destruidor. A estação ardia em chamas. As lembranças do passado e os sonhos para o futuro que pareciam perdidos e esquecidos, agora sim partiriam para sempre. Como criança assustada e impotente, observou do alto de si tudo queimar...queimar...queimar...até que só cinzas restassem.

6 comentários:

  1. Cara amiga, muito bonito o seu poema. Bem construido, bem encadeado. ótimo.
    Um grande abraço

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  2. Bom dia, Dilmar
    Obrigada pelos rastros que deixas
    .
    Tenha um ótimo dia!

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  3. Soubesse eu que havia [censura prévia], jamais teria deixada pedaço de nada...

    Não sei explicar...mas qualquer aprovação prévia, soa-me sempre censura..

    Mas é tão-só um direito teu...

    Sem o beijo, sem o luar, sem a noite...só com a certeza da leitura ou aprovação prévia.

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  4. nao coloco em aprovação prévia
    não entendo pq, mas às vezes o site faz isso

    sempre deixo aberto a todos que queiram comentar, seja da forma que for esse comentário
    .
    obrigada pelas letras q deixas...
    .

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  5. "quero partir e não voltar para onde se deitam os rios, onde pairam os mundos perdidos, onde voam os esquecimentos, onde repousam enlouquecidos os ritos de mudança em estáticos crepitares...ao longe um mar metálico de estrelas silentes e sinto o vento sideral a chorar tão sereno, passando tão sedoso...."

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