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sábado, 31 de julho de 2010
A lixeira
- Arrancaram-lhe a cabeça! - gritou alguém em meio aos que se aglomeravam no lugar.
- Mas quem faria tamanha maldade? - perguntou outro que se aproximava manso, curioso. Ninguém soube responder. E aos poucos foram se afastando, porque as horas comiam os minutos e havia outras coisas mais importantes a pensar.
- Estou viva! – tentava dizer. Mas ninguém a ouvia.
Sentada ali perto, brincava um menino, sujo em sua infância pobre, feliz em sua inocência. Levantou-se, saindo do seu mundo de heróis e personagens encantados, colheu algumas flores, aproximou-se da lixeira onde estava jogada a cabeça atenta e, à sua maneira, fez uma última homenagem. Ficaram ali, cabeça e flores. Tão vivas e já tão mortas. O tempo passou sobre elas e nem as notou. Os olhos, de um azul-alegre, foram adquirindo um tom cinza-triste. E a vida, até então plena, foi se esvaindo feito areia fina em mão descuidada.
O menino continua sentava perto num respeitoso silêncio. Riam-se dele. Afinal, onde já se viu chorar por algo que já nasceu morto? A nada ele respondia, porque só ele, em sua inocente infância, entendia a vida que havia naquela cabeça de boneca e, principalmente, naqueles olhos.
Uma voz ao longe, cheia de autoridade, chamou o menino de volta ao mundo real e ele levantou de forma obediente. Aproximou-se da lixeira, olhou para aquele rosto e num gesto de carinho se despediu.
Restaram cabeça e flores. Ambas mortas. Esquecidas em uma lixeira qualquer. O menino afastou-se lentamente, levando nas mãos olhos que não os seus...
imagem_ lixo a céu aberto _ josé meneses
música_ claudia's theme _ laurindo de almeida
Um aparte: a música é algo como um hino e como tal deve ser ouvida. É daquelas músicas que entram por cada poro da pele, do corpo, da alma. Fechar os olhos e ouvir. Sentir, apreciar cada nota, degustar cada emoção. É perfeita!
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Todos os dias morre um amor.
ResponderExcluirMorre sem um beijo antes de dormir.
Sem mãos dadas, sem olhares compreensivos.
Sem o gosto salgado de uma lágrima nos lábios.
Morre apenas porque nos fartamos.
Esta é a lição: qualquer amor pode morrer!
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E uma vez mortos - nem importa que traços têm ( se de amizade ou não), que marcas deixam, que sentimentos provocam - o destino é um só: uma grande lixeira a céu aberto.
Nossa, que triste....
ResponderExcluirBom dia, Anônimo
ResponderExcluir.
Triste? Sim, é...
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ResponderExcluirPasseava pelo luar, quando tropecei naquele redondo, que antes continha o olhar, logo, cristais de improvisos e brumas de sal atearam o fogo em labaredas enormes em cor de fractal...deslizaram nos céus gotas de sal roladas, pedaços voláteis de ira incandescente, odores de harpa em infinito anel.
..
Eu voei para o outro lado da lua e um dia perguntei-te qual a cor do outro lado do sol....aquela arredondada forma, ali deitada, sorriu leve[mente] e falou-me de olhar afiado, olhando sem olhos para dentro do fundo da alma e disse - é da cor do pensamento.
...
Disse-lhe - vou partir, toquei a minha lira na fina travessia do baldio a céu descoberto, como quem no limbos dos mundos caminha entre desertos e distantes estepes, peguei meu bordão intemporal e parti no ventos de sinuosos cristais...era serena a noite e descia lenta[mente], acendendo na esfera os olhares luminosos dos deuses em curvas graduais...
....
Sem ódios trajados ou intentos de maldade, que a luz te envolva em doce harmonia no tom sagrado da cor em rubro desenhada, deixo para o olhar um delírio pintado na tela e um odor inebriante de terra orvalhada...
Anônimo...
ResponderExcluir.
Boa tarde (quase noite, pq ela ja se avizinha lenta e decidida)..*rs
E o pensamento pode ser feito de tantas cores, de tantas misturas, de tantas loucuras. As cores do pensamento...tenha o teu as mais belas cores e q essas possam pintar o mundo por onde passares dos mais variados tons: dos tristes aos alegres, pq uns sem os outros até perdem o sentido.Que possas sempre voar e que teus voos sejam o melhor de tua vida.
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Beijo com carinho e grata pelas belas letras
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agradecendo e retribuindo o carinho da visita ... gostei de viajar por aqui ... emoção e sensibilidade puras, traduzidas e decodificadas em palavras ... voltando sempre ...
ResponderExcluirbjux
;-)
Agradeço da mesma forma tua visita.
ResponderExcluir.
Abraçao!