Campo das Letras
Um campo onde letras são semeadas à espera da vida que as faça crescerem.
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domingo, 3 de abril de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
...
Viver no domínio do medo;
medo das tempestades,
medo da doença,
medo da imensidão,
medo da solidão.
Então paramos ,
estudamos os mapas,
observamos nossas
bússolas e voltamos
a ter esperanças.
A pura,
nua
e frágil
esperança...
Dê-me a sabedoria
para não temer as
sombras da noite,
e coragem quando o dia
do perigo realmente despontar...
.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
"estreita é a porta, apertado é o caminho da vida e raros são os que o encontram"
Depois de tantos caminhos, a mulher chegara diante da estreita porta. Olhava-a com fervor que os santos sentem diante de Deus. Puxara, enfática, reluzente a cadeira, sentando-se diante da porta, seu altar.
Sabia. Teria que olhar. As dúvidas transbordantes de medo a impediam. Ser rara num mundo onde o comum predomina fazia-a assustar-se, neste susto que sentem aqueles diante da verdade.
Ela tinha duas faces: uma delas era sorridente - só percebia as aparências, relutando tenazmente a aceitação do escuro; a outra face era séria, procurava o significado das coisas. Uma falava em justiça com a limpidez da água num copo transparente; a outra, comprazia-se em olhar as águas turvas.
Agora os dois lados da mulher estavam fixos no significado das coisas. Era mulher completa.
A face sorridente vestia-se de seda países distantes, perfumava-se com essências raras. Os dedos ofuscados com pedras grandes de luz. Colocava nas orelhas, pulso e pescoço valores.
A face séria condoia-se da miséria humana e então a face sorridente vinha em seu socorro, atenuando as amarguras, não a deixando tombar.
A mulher, tranquila com tamanha proteção, saía mundo afora comprando tudo que de mais belo encontrasse para enfeitar o corpo. Entretanto, cheia de caixas coloridas, sabia que comprara mortalhas de luxo...
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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
O céu de lâminas azuis
golpeia crespo em filigranas
o rio morno embriaga o dia enquanto
barcos deitam sonolentos
nas encostas das hirtas aldeias
Não são sereias que penteiam
meus cabelos úmidos de amor
nem são siríacos cantares
que ouço desta proa
entre barcos, água e luz.
Que as horas passem
como procissão em prece
e eu as viva tanto quanto
uma criança desenhando arestas
Até que meus cabelos brancos
dias desse cheguem
e eu possa então me olhar
no espelho às pressas
de frente para o oceano
lento de saudades...
.
.
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